Capa vazia

19 julho 2006

Autonomia dos sacripantas.

Eu comigo mesmo somos os mudrugas mondrongos.
Odiamos auto-ajuda, e qualquer facilidade alienante.
Não vemos arte sem angústia.
Na arte, é dominante
Intrínseca contestação.
Mesmo na felicidade enlatada
Pode-se constatar a falibilidade .
Da falência pura .
Todos os orgãos pálidos.
A parceria público-privada.
E a privada pública.
Invasão de privacidade não é mais nada
Não há privacidade quando não há identidade
O problema é a invasão de publicidade
Fedo, e não é o odor. É a dor de me formar abandonante,
mesmo que contrariado.

Os poemas rotos que aqui jaziam,
Revolvem a terra, de baixo pra cima.
Desmorrem ausentes na indagação.
A inquietude e o não métrico estão fundidos,
Nesse sarau da desesperança.
No mal dito de um homem só.
A alienação dos grupos que se dizem massa.
O amor que amassa.
O torpor frígido da frivolidade.
Finais desencontrados, faltas constantes.
Rimas forjadas e não poder.
Poder forjado e não rimar.
Mijar.
Ir-me já.
Chá japonês.
Chá verde.
Bancha.
A purificação do corpo,
A putrefação da alma.
O gozo.
A liberdade dissoluta.
Dissolvidos os pudores.
Burocratizado o afeto.
Medo.
Metro.
Metrô.
Ancas.
Pacas, tatus e antas.
Pelve.
Pelvis.
Púbico.
Público.
Conluio.
Mancomunados.
Asseclas.
A omissão malévola.
As frases soltas são arrumadas posteriormente.
A fim de, sem fim, fazer lima.
Sem química, só mímica.
E uma rima que é de todos pra que a imitação não faça sentido.
Terceiro setor, empresas e OSs.
ONGs e OSCIPs
Já que o poder público não existe.
Mas e as Taxas e os Impostos?
E os juros impostos? Extorsão pura.
Importa?
És porta?
Exporta?
Ódio nas entranhas já não me serve,
Se esvai com as fezes.
O voluntariado dos sem juízo.
O meia-boca do feito nas coxas.
De malgrado se fez a rusga.
Sem logradouro, nos inativos.
Perambulando em fuga.
Reconstruindo a iniquidade.
Reformulando as políticas da manutenção da ordem,
lógica e adequadamente excludente.
Eu cago,diariamente.
É esse meu afeto.
E o medo, o cagaço?
É o medo e o cagaço?
Trago doses incansáveis de fuligem.
Trago as chagas de quem não fui,
Mas ainda posso ser.
Corro pouco, minha fuga não é precisa,
Mas necessária.
Sempre se justificando,
Tentando atenuar a punição que se inflige diariamente.
E ainda assim, minha ambição não conflui com minha pretensão salarial.
E não há salário que pague minha megalomania.
Nem meu ódio.
Ou minhas fezes.